Agora chega arrebentando
A última geração do Grand Cherokee não conseguiu nem de leve repetir o sucesso que as anteriores obtiveram nos vários mercados onde foram comercializadas, inclusive no Brasil . E não era para menos, a Jeep - integrante do grupo Chrysler- via o fantasma da falência completa bater à porta e tinha a obrigação de oferecer um produto novo. O resultado foi um SUV de péssimo acabamento interno e longe do padrão que a marca adotou para seus modelos. A redenção, finalmente, chega com a quarta geração do jipão, que passou por uma reformulação geral.
Ao contrário de uma plástica, como é corriqueiro na indústria automotiva para justificar que determinado modelo é novo, ou seja, mudam-se pequenos detalhes, acrescentam-se um ou outro acessório e lá se vai o veículo com a denominação do ano seguinte. No caso do Grand Cherokee a Chrysler (leia-se Fiat, proprietária da marca), não fez por menos e investiu muito no utilitário esportivo para voltar a ocupar um lugar no coração do consumidor não só dos Estados Unidos, mas também em outros países, como o Brasil, que em tempo de economia aquecida e vendas em alta terá que se defrontar com rivais poderosos como o Toyota Hilux SW4 (diesel), Mitsubishi Pajero Full, Hyundai Vera Cruz, Kia Mohave e Land Rover Discovery 4.
Duas versões de acabamento, Laredo e Limited (mais equipada, vem com teto solar e câmera de estacionamento de ré) e a mesma motorização 3.6l de 286 cv de potência e câmbio de automático de cinco marchas , o gradalhão não merece ser desprezado ou até olhado com desconfiança. Ao contrário, a Jeep teve o bom senso de manter o espírito fora de estrada e reforçar o jeito de um grande sedã, oferecendo mais espaço interno, resultado do aumento da carroceria em 10 cm no comprimento e 5 cm na largura.
Nova família de motores Pentastar com comando variável de válvulas (ele irá equipar a nova geração do Journey e já está presente no 300 C, em torno de 10% mais econômico em comparação ao antecessor. Mérito para o novo conjunto de suspensão, independentes nas quatro rodas, mais adequado a proposta de um modelo que tem força para enfrentar trilhas. Contando com sistema de tração Selec-Terrain, o seu uso é dos mais simples, um botão seletor permite a escolha de um dos cinco programas: Auto ( cidade e off road), Sand/Mud (piso arenoso ou lamaçais), Snow (pistas escorregadia), Rock (terrenos rochosos], e Sport (útil na estrada).
No asfalto e na terra
Boa parte do teste organizado pela Chrysler foi em asfalto, o que só reforçou a velha máxima que o proprietário vai mesmo é enfrentar a selva urbana. E neste quesito o Grand Cherokee passa com louvor. O motor tem força mais do que suficiente para a estrada, chegando-se facilmente aos 120 km/h. Ele até pede mais, no entanto, por seu tamanho e peso (cerca de duas toneladas) andar quase comportado é a melhor pedida. As irregularidades do piso não são sentidas, uma benção se formos lembrar que alguns dos seus adversários passam os calombos para o condutor e passageiros. Usando a tração Sport, o SUV fica ainda mais interessante e na mão do motorista.
E quando o assunto é terra? Pode ter cerrteza de que o grandalhão tem tudo para superar toda espécie de obstáculos (lembre-se que a primeira geração tinha esse objetivo, enfrentar todo tipo de terreno). Na pista improvidada pela Chrysler em um resort na Costa Verde fluminense, o Grand Cherokoee desprezou e enfrentou facilmente um rio com cerca de um metro sem qualquer dificuldade. Aliás, ele ficou ainda mais interessante quando jogamos na lama (sem trocadilhos, o Drive para o manual), as trocas de marchas são acertadas e suaves.
Final da prova. Se a Chrysler apanhou (merecidamente) no modelo anterior, a atual geração do Grand Chrerokee merece mais elogios do que críticas, ainda que na versão Laredo falte a câmera de estacionamento traseiro, os mimos e equipamentos que estão incluídos vale o preço de R$ 154.900 e o prazer de dirigi-lo.
fonte: http://www.revistatorque.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=41&Itemid=54